ACTRIZ – Eu sou uma artista. Sim! Uma artista! Digo-o com vigor, e com vigor aceno com a cabeça em jeito de afirmação. Mas… onde estão os papéis? As encenações, os guiões, o palco? Onde está o teatro? Não sei. Mas para mim, a morte só existirá, quando o pano deixar de descer, deixar de ouvir aplausos e deixar de me sentir viva.
CANTORA – Eu também sou artista, mas dona da voz e das melodias tristes. A morte não passa disso mesmo, duma melodia triste. Quando deixamos de ouvir os sons, quando a voz já não obedece ou quando já não me querem ouvir. Eu nasço e morro e cada melodia que canto.
FOTÓGRAFA – O que é a morte, senão negativos por revelar? Fotografias a preto e branco, que existem, mas sem cor. Cada flash é uma vida, cada foto um ser, que não passam de memórias soltas de uma vida que acabou. Para ela não há soluções. E porquê? É o destino de todos nós.
PINTOR – Uma tela em branco. Um paisagem por desenhar. Um rio que passa, e que eu desenho. Mas que quando eu partir, eu rio ficará. A morte, não é nada para nós, pois enquanto vivemos, ela não existe, e quando chega, não existimos mais. Não se apoquentem, nós sobrevivemos. A sorrir, obviamente.
peça nova?
ResponderEliminarTriste...mas Profundo... se for peça nova, parece-me que vai ter muita plateia ;) ****
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